Taxa Selic: conheça a taxa básica da economia?

 A Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia. É aquela divulgada a cada 45 dias pelo Banco central (BACEN) depois da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) e serve como parâmetro para os empréstimos entre os bancos e interferem diretamente na tua vida financeira.

taxa Selic

O que significa SELIC

 A taxa Selic significa “Sistema Especial de Liquidação e Custodia”. É a taxa de financiamento diário no mercado interbancário (Operações entre bancos), lastreado em títulos públicos federais.

Pareceu meio complicado? Vamos aprender mais de uma forma simples a importância da Taxa Selic nas tuas finanças.

Por que ela é a taxa básica da economia?

 Ela é a taxa básica para operações de um dia entre bancos (overnight ou  taxa Selic Over) lastreados (garantidos) em títulos públicos federais. Os bancos são obrigados por lei a recolherem no Banco Central uma parte de seus depósitos (recolhimento compulsório) para dar segurança o sistema financeiro e também como forma do governo regular o fluxo de dinheiro em circulação e não permitir que a elevação irresponsável do consumo eleve a inflação. Para cumprir esse compromisso e também os compromissos de saques e empréstimos que um determinado banco faz no dia, muitas vezes um banco precisa emprestar recursos de outros bancos.

Empréstimos entre bancos com garantia de títulos

 A taxa Selic é utilizada nessas operações entre bancos no curtíssimo prazo. O banco tomador oferece títulos públicos federais como garantia. Por isso quando o governo emite títulos públicos federais para pagar seus déficits, os bancos são os maiores compradores. Essa garantia por títulos públicos visa reduzir o risco e os juros pagos nessas transações. Assim, a taxa Selic regula o custo dessas transações entre bancos baseados na remuneração dos títulos públicos federais feitos pelo governo. Quanto menor a taxa Selic, menos juros o governo paga, e isso representa menor endividamento do governo também. Desta forma a taxa Selic acaba servindo como taxa básica da economia e taxa de referencia para as demais taxas praticadas em empréstimos e aplicações financeiras de renda fixa.

E o CDI?

 O CDI (Certificado de depósito interbancário) é o nome dos empréstimos que os bancos fazem entre si para fechar o caixa do dia no positivo. Por determinação do Banco Central, todo banco deve fechar o dia com mais dinheiro entrando do que saindo. O CDI é formado pela média dessas transações feitas entre os bancos e é registrada no CETIP (Centro de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados). Esses empréstimos são garantidos por recursos do próprio banco, ou seja, o banco emite um título privado de sua divida.

DI – A taxa DI (taxa de Depósitos Interbancários) é a média das taxas CDI em um determinado período, já que a oscilação do indicador é diária.

Depósito compulsório

 Os bancos são obrigados por lei a recolherem no Banco Central uma parte dos seus depósitos do dia. Muitas vezes entre todas as transações feitas em um dia (saques, depósitos, empréstimos, investimento, etc), esse percentual de recolhimento ao BACEN e o que precisam para cobrir saques, por exemplo, fica desenquadrado.

Esse mecanismo de recolhimento compulsório (deposito compulsório) é um dispositivo do governo para regular a circulação de moedas na economia e controlar a capacidade de crédito no sistema financeiro. Quanto menor o percentual de recolhimento compulsório, maior a quantidade de dinheiro que fica em circulação o que pode gerar inflação pela lei da oferta e demanda.

Por que você paga mais em empréstimos?

 A taxa que você paga por um empréstimo, por exemplo, não acompanha taxa Selic porque ela é a taxa básica da economia, ou seja, parametrizam apenas as transações entre bancos e a remuneração paga pelo governo nos seus  títulos. Os empréstimos para pessoa física ou jurídica carregam outras variáveis como o risco de inadimplência envolvido em cada operação, custo da captação daquele dinheiro, impostos, custos da estrutura bancária e remuneração da instituição financeira. Mesmo assim quando a taxa Selic baixa, as taxas de juros desses empréstimos também baixam porque a captação fica mais barata para os bancos.

Taxa Selic (Selic Meta)

 A Selic Meta é a taxa mais conhecida. É aquela que ficamos conhecendo através da mídia e que é definida a cada 45 dias pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).

Taxa Selic over

 A taxa Selic Over é a taxa cobrada nesses empréstimos entre banco no curtíssimo prazo, geralmente durante um dia e os bancos tomadores desses empréstimos oferecem como garantia os títulos públicos federais que haviam adquiridos do governo através do Banco Central.  Essas operações também são registradas no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), que armazena informações sobre títulos públicos.

Taxa Selic e Inflação (IPCA)

 A taxa Selic também é um mecanismo de controle da inflação pelo BACEN. Quanto mais elevado for a taxa básica, mais caro fica o dinheiro para transações entre bancos e também as outras taxas de empréstimos. Desta forma menos pessoas pegam empréstimos pra comprar e quem tem dinheiro disponível vê mais vantagens manter seus recursos em aplicações financeiras que pagam taxas maiores. Com menor consumo, a inflação tende a baixar.

Como a taxa Selic interfere nas suas finanças

Quando a taxa SELIC estiver baixa:

  • Taxa Selic menor aquece a economia, elevando o consumo, mas pode elevar a inflação quando o país não tem capacidade de entregar nos níveis da demanda por produtos;
  • Crédito mais acessível e taxas de juros menores;
  • Tendência da inflação subir devido a elevação do consumo;
  • Suas aplicações financeiras rendem menos;
  • Tendência de migração de aplicações para renda variável em busca de melhores retornos;
  • Com aumento da demanda, os preços tendem a subir.

Quando taxa Selic estiver alta:

  • Taxa Selic elevada desacelera a economia e reduz a inflação;
  •  Reprime o consumo;
  • Acesso ao crédito fica mais caro,
  • Preços tendem a estabilizar ou reduzirem devido a diminuição do consumo.
  • Aplicações financeiras de renda fixa ficam mais atrativas, oferecendo um retorno maior;
  • Tendência de migração da renda variável (maior risco) para renda fixa considerando a elevação do retorno e risco menor.
  • Autor do post:
  • Categoria do post:Finanças / todas
  • Última modificação do post:dezembro 5, 2024