Separações, endividamento, baixa produtividade: Está faltando educação financeira!

O dinheiro é um símbolo que representa muita coisa em nossa vida. Ele é responsável por muitas das experiências que vivemos e pelo que  deixamos de viver.  Por isso é tão importante aprendemos a lidar com dinheiro. A falta de educação financeira pode ter consequências devastadoras, não apenas para o indivíduo, mas para a sociedade como um todo.

O que é Educação Financeira?

Educação financeira refere-se ao conhecimento e à compreensão que uma pessoa possui sobre como gerenciar seu dinheiro, fazer investimentos inteligentes, planejar para o futuro e evitar dívidas desnecessárias. Ela envolve a capacidade de tomar decisões financeiras informadas, baseadas em princípios sólidos de economia pessoal e gestão de recursos.

Nossa relação com o dinheiro 

  Muitos cresceram sem educação financeira e emocional para lidar com o dinheiro e as emoções que envolvem esse assunto, faltando-lhes os alicerces básicos de conhecimento, significados e crenças a respeito das suas finanças.

Pessoas endividadas, crises no casamento, aposentados que não conseguem se manter com o que recebem de aposentadoria é apenas alguns dos resultados dessa falta de conhecimento sobre finanças.

Segundo pesquisas, de 3 em cada  4 famílias sentem dificuldade para chegar até o final do mês com seus rendimentos. Dos inadimplentes no cartão de crédito 85% nem sabem quanto pagam de juros quando deixam de pagar o total da fatura e 48% dos brasileiros não controlam o seu próprio orçamento (pesquisas SPC Brasil).

A falta de educação financeira leva as pessoas ao desequilíbrio e dificuldades para gerir seus recursos. Hábitos de consumo patrocinados por cartões de crédito, com prestações baseadas apenas na contabilidade mental, tendem ao endividamento excessivo. Privando as famílias da sua renda mensal que é comprometida sem o devido planejamento financeiro. Isso tira o sossego, reduz a satisfação pessoal, e trás problemas no casamento.

Um dos fatores ainda pouco estudada nas empresas,  diz respeito a falta de educação financeira e a baixa produtividade. Problemas financeiros, geram indivíduos sem sonhos e motivações profissionais e pouco engajamento. Uma  pesquisa feita nos EUA, constatou que os profissionais reduzem a produtividade em 15% quando estão com problemas financeiros (fonte:The Employer’s Guide to Financial Wellness – EUA).

A ausência da educação financeira nas escolas forma adultos que não sabem lidar com o dinheiro.  Famílias endividadas, inadimplentes e sem acesso ao crédito, interferem diretamente na economia do país.

O pior de tudo é que nossos filhos tendem a imitar os pais e  herdam esse modelo mental a respeito do dinheiro. Vão levar para suas famílias um modelo mental em relação ao dinheiro carregados de significados e crenças que vão limitar a felicidade financeira.

 A educação financeira pode contribuir para uma mudança nessa relação tanto para a economia do país, para as empresas e para as famílias e para os mais novos que precisam perceber que podem e merecem ganhar o que necessitam para a fase que estão vivendo.

Essa relação com o símbolo dinheiro é a mais saudável. Proporciona equilíbrio, tranquilidade, segurança e felicidade.

​Rendas mais altas eleva o nível de felicidade e satisfação

Os dados atualmente analisados por economistas comportamentais mostram que rendas mais altas estão associadas a um nível mais elevado de felicidade e satisfação. Países que aumentam suas riquezas tornam suas populações mais felizes.

Para que essa transformação aconteça, temos que tomar consciência de que o dinheiro pode servir para realizar sonhos e objetivos e criar poupança e riqueza em vez de servir unicamente ao consumo irresponsável e irracional.

Quando investimos tempo na nossa educação financeira ganhamos mais felicidade do que aquelas coisas que costumamos comprar para nos deixar felizes. Precisamos compreender essa relação do dinheiro e nossas emoções. Considerar as consequências do nosso comportamento em relação a ele e tomarmos decisões mais conscientes avaliando todas as possibilidades que ele oferece no presente e no futuro. 

Você ao fazer este curso e investir o seu tempo, não está somente melhorando a sua relação com suas finanças, mas está criando o ambiente e o modelo adequado que vai proporcionar  mais oportunidades e felicidade em sua vida. Os efeitos deste curso vão se perpetuar em suas gerações futuras.

​Sobre a psicologia da pobreza 

( Texto complementar – retirado do guia de economia comportamental)

 Johannes Haushofer e Ernst Fehr

Mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo vivem com menos de 1 dólar por dia (paridade do poder de compra em dólares de dezembro de 2013). Essa escassez de meios financeiros tem consequências de longo alcance: na África, as pessoas morrem em média 21 anos mais cedo do que na Europa, um terço da população é analfabeta e uma em cada três crianças tem déficit de crescimento.

Pobreza econômica significa viver em péssimas condições de higiene, morrer cedo e criar filhos com essas mesmas perspectivas.

Mas será que a pobreza influi nos estados afetivos das pessoas e em seus padrões de escolha econômica, isto é, no modo como elas se sentem e agem?

Examinaremos aqui conclusões recentes indicando que a pobreza gera afeto negativo e estresse (definido como a reação do organismo a exigências do ambiente que excedem sua capacidade reguladora) e que esse efeito pode mudar as preferências reveladas em seus comportamentos. Em especial, a pobreza pode reduzir a disposição para correr riscos e abrir mão de uma renda corrente em favor de rendas futuras maiores. Isso pode se manifestar em pouca disposição para adotar novas tecnologias e em baixos investimentos em resultados de longo prazo, como educação e saúde, características essas que podem diminuir rendas futuras. Portanto, a pobreza pode favorecer comportamentos que dificultam escapar dela.

Duas ressalvas se fazem necessárias logo de início. Primeiro, a pobreza se caracteriza não apenas por renda insuficiente, mas também pela disfuncionalidade de instituições, exposição à violência e crime, dificuldade de acesso a serviços de saúde e grande número de outros obstáculos e inconveniências. Essa diversidade complica um relato único e simples da relação entre pobreza e psicologia. No entanto, um primeiro passo útil poderia ser tomar por base a pobreza material como elemento central e poderoso para predizer as características acessórias da pobreza mencionadas acima. Segundo, quando indagamos se a pobreza pode se auto reforçar por meio de canais psicológicos, não estamos sugerindo que os pobres são culpados por sua pobreza. É o ambiente de privações no qual a pessoa nasceu que desencadeia processos capazes de reforçar a penúria. Por esse ângulo, qualquer um de nós poderia ser pobre não fosse por certas coincidências do ambiente.

Consciência da importância da educação financeira

  • Se você tivesse suas finanças em dia e com reserva financeira, você seria mais Feliz?
  • Como é sua produtividade em momentos que você está com problemas financeiros?
  • Se você é empreendedor ou profissional liberal,  como você percebe a diminuição de faturamento e de entrada de serviços quando você está com a cabeça nos problemas financeiros?
  • Como você percebe quando uma pessoa está com problemas financeiros?
  • Quantas pessoas você conhece que separaram sem perceber que a causa estava na falta de dinheiro ou na preocupação com dividas?
  • Quanto você esta com problemas financeiros o relacionamento com seu parceiro esfria ou esquenta?
  • Como fica o seu emocional e nestes momentos como você trata que você ama?
  • Quando você está sem dinheiro ou com dividas, como fica sua capacidade de pensar em coisas boas, em sonhos e projetos?
  • Você adulto passou alguma situação na infância que envolvia dinheiro e que te deixou triste e você ainda lembra?

Consequências da Falta de Educação Financeira

1. Endividamento Excessivo:

Uma das principais consequências da falta de educação financeira é o endividamento excessivo. Muitas pessoas acabam utilizando cartões de crédito sem controle, contraindo empréstimos com juros altos e entrando em uma espiral de dívidas da qual é difícil sair. Isso ocorre, em grande parte, porque não têm um conhecimento adequado sobre taxas de juros, prazos de pagamento e o impacto do crédito na sua saúde financeira.

2. Falta de Poupança e Planejamento:

Sem educação financeira, a maioria das pessoas não desenvolve o hábito de poupar ou planejar para o futuro. Isso significa que, em casos de emergência, como desemprego ou problemas de saúde, elas podem não ter recursos suficientes para se sustentar. Além disso, a ausência de um planejamento financeiro adequado impede que muitos alcancem objetivos a longo prazo, como comprar uma casa ou se aposentar confortavelmente.

3. Desigualdade Econômica:

 A falta de educação financeira contribui para a perpetuação da desigualdade econômica. Aqueles que não têm acesso a esse conhecimento tendem a tomar decisões financeiras ruins, o que pode levar a um ciclo de pobreza difícil de romper. Por outro lado, pessoas que têm acesso à educação financeira são mais propensas a construir riqueza e melhorar sua qualidade de vida ao longo do tempo.

4. Impacto na Saúde Mental:

 O estresse financeiro é uma realidade para muitos que não possuem uma base sólida em educação financeira. A ansiedade e a depressão muitas vezes estão ligadas à incapacidade de gerenciar dívidas e à falta de recursos para atender necessidades básicas. Esse impacto na saúde mental pode prejudicar relacionamentos, produtividade no trabalho e a qualidade de vida em geral.

Como Reverter Esse Quadro?

A solução para os problemas causados pela falta de educação financeira passa pela inclusão desse tema nos currículos escolares desde a educação básica. Além disso, é importante que governos e instituições financeiras invistam em programas de educação financeira para adultos, oferecendo workshops, cursos e materiais didáticos acessíveis a todos.

Também é fundamental que as pessoas busquem, por conta própria, aprender mais sobre finanças pessoais. Existem muitos recursos disponíveis, como livros, blogs, vídeos e cursos online, que podem ajudar qualquer pessoa a se tornar financeiramente mais consciente e, consequentemente, tomar decisões melhores para sua vida financeira.

Conclusão

A falta de educação financeira tem consequências profundas e duradouras. Ao reconhecer a importância desse conhecimento e buscar formas de integrá-lo na educação formal e informal, podemos começar a construir uma sociedade mais equilibrada, onde todos têm a oportunidade de alcançar estabilidade financeira e bem-estar. Investir em educação financeira é, sem dúvida, investir no futuro de todos.